Retomar
É notória a minha ausência deste mundo que aqui criei. O excesso de tarefas é uma razão, mas não será, naturalmente, a única. Não me tem apetecido, pronto. É essa a razão principal. Este tem sido um ano de momentos que não se escrevem, de emoções que se sentem apenas, que deixamos para nós. De situações que nos enchem a cabeça com pontos de interrogação. Depois há o trabalho que tem sido também marcado por altos e baixos, mais baixos que altos. E no meio de tanto, chegar ao sofá ao final do dia é sinal de ter vontade de desligar um bocado, de me distrair com uma boa conversa, com um livro, ou com uma qualquer entretenimento sem interesse na telelvisão.
Fechar. Deixar morrer. Privatizar. Ou simplesmente voltar a escrever.
Ontem abri o blog para procurar uma receita. Na primeira página o sorriso desarmante do meu rapaz. Que ternura. Que vontade de escrever tudo o que ele é. Como tem crescido. Como está doce, meigo, turbulento, elétrico. Como é esperto e decora as músicas logo as primeira vez que as ouve. Como é alto e veloz. Como é forte o seu cabelo loiro. Como são grandes as suas pestanas e lindos os seus olhos quase pretos.
E depois a Teresa. Como foram as primeiras semanas na escola. Como toda a gente já a conhece. Como é simpática, alegre. Como gosta tanto de aprender. Como está alta e bonita, cada vez mais bonita. Como gosta da catequese.
Aqui estou.
Porque há momentos que temos mesmo que escrever para não esquecer.