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Blog da Pipoca Teresa e do Piglet João

O que aqui deixo são bocadinhos de nós. Momentos, sorrisos, lágrimas. A vida na sua essência. O que aqui deixo são bocadinhos de vocês. São momentos que quero escrever para não esquecer. O que aqui deixo, deixo para nos/vos tornar eternos.

Blog da Pipoca Teresa e do Piglet João

O que aqui deixo são bocadinhos de nós. Momentos, sorrisos, lágrimas. A vida na sua essência. O que aqui deixo são bocadinhos de vocês. São momentos que quero escrever para não esquecer. O que aqui deixo, deixo para nos/vos tornar eternos.

Como tudo começou...

pipocateresa, 13.10.08

A nossa aventura na blogosfera começou no blog http://www.clubedospais.pt/blog.php?u=2943 onde se encontram descritas as aventuras e emoções de 40 semanas de pura magia. Sentimos que fazia sentido ir escrevendo num cantinho aquilo que nos ia acontecendo para mais tarde recordar e, sobretudo, para partilhar com os amigos e familiares os vários momentos da nossa viagem. Entretanto, fomos fazendo amigos na blogosfera, trocando experiências, e aprendendo bastante.

 

Decidimos, então, criar este espaço onde continuaremos a partilhar as aventuras da maternidade. Porque este espaço só faz sentido com o nascimento da pipoca Teresa iniciamos com a descrição do parto. Espero que nos sigam e que partilhem connosco os vossos comentários.

Beijinhos!

 

O nascimento da Teresa

 

Fazíamos 40 semanas de vivência comum no dia 1 de Outubro de 2008 e a pequenita Teresa não dava sinal de querer sair do quentinho da barriga da mamã. Na Quinta-feira dia 2 tivemos consulta na Maternidade Daniel de Matos, onde verificámos que o colo já se encontrava permeável a 2.5 cm de dilatação. A médica fez um toque “mágico” e previu que nos próximos dias teríamos a Teresa cá fora. Aconselhou umas boas caminhadas para ver se o processo se acelerava.

Eu e o papá lá tratámos de caminhar muito, muito. A verdade é que desde os 6 meses que caminhávamos cerca de 45m todos os dias, pelo que as caminhadas não surtiram grande efeito. Como nada acontecia decidi passar na maternidade no sábado de manhã para ser observada por uma médica nossa conhecida. Observou-me, novo toque e a promessa de que nessa mesma tarde voltaríamos lá. Pois… mas não voltámos. O Domingo passou sem novidades. Desde Sexta que as contracções eram frequentes, mas irregulares, provocando apenas um ligeiro incómodo, ora nos rins ora no baixo-ventre. Segunda de manhã, tal como o combinado com a médica, passámos na urgência às 10 da manhã, ansiando o internamento. Fui observada, a médica sentenciou 3 dedos de dilatação, e fizeram-me um toque do outro mundo… Desta vez é que era! Disse-me para ir caminhar (novamente!) e para voltar por volta das 3. A partir daqui as contracções aconteciam com intervalos irregulares mas nunca superiores a 10 minutos. Almoçámos e andámos, andámos, andámos (para quem conhece Coimbra, subimos e descemos o quebra-costas em 5 minutos!!!!! Entre duas contracções). Às 3 lá estávamos. Estava com 4 dedos de dilatação mas não entrava em trabalho de parto efectivo… A médica disse que me internava para me colocar a soro mas que estavam as salas de parto todas cheias. Pediu-me para voltar às 7, mas agora para ficar.

Às 7 dei entrada na urgência. Fui observada pela médica que chamou a enfermeira para proceder à tricotomia. Depois estivemos a preencher o papel do internamento. Entretanto, a médica assinalou na folha que eu iria levar epidural. Eu disse-lhe então que não tinha a certeza se queria levar uma analgesia durante o parto. Expliquei que gostava de perceber se aguentava as dores e caso fossem insuportáveis, optaria pela epidural. Nessa altura estavam já 3 médicas na sala com dois objectivos: convencerem-me das vantagens da técnica e desmistificarem as suas desvantagens. Os meus receios em relação à epidural estavam sobretudo relacionados com o facto de poder entrar em hipotensão (tenho sempre a tensão baixa) e de não conseguir colaborar no parto. A determinado momento, e após uma longa conversa em que a médica me disse que o mais provável era que o trabalho de parto fosse demorado e no fim eu estaria exausta e incapaz de colaborar de uma forma eficaz, decidi, então, levar a epidural.

Por volta das 8 o papá trouxe as malas para a urgência e subi com uma auxiliar para o bloco de partos. Entrei para uma sala com três janelas grandes que davam uma vista panorâmica sobre o estádio da académica. Dentro da sala havia uma box que iria servir para vestir o meu bebé. Estava muito calma e feliz porque, finalmente, iria conhecer a minha princesa.

Depois de me colocarem a soro e com a ocitocina e de me ligarem às várias máquinas de registo (tensão arterial, registo das contracções, batimentos cardíacos) entrou o anestesista. Expliquei-lhe que queria um nível mínimo de analgesia, suficiente para retirar a dor, mas que me permitisse sentir todo o corpo, bem como as contracções e, no momento próprio, a vontade de fazer força. O anestesista pediu-me, então, para me colocar em posição fetal, deu-me a anestesia local e colocou-me o cateter da epidural. Tudo isto sem qualquer dor. Em seguida, perguntou-me de 0 a 10 qual era o meu nível de dor, ao que eu respondi “zero”. Ele ficou muito espantado a olhar para mim. Eu lá lhe expliquei que estava com 4 dedos de dilatação mas sem dor, apenas com umas picadas. Visto que não estava com dores, o anestesista colocou-me a epidural a correr ao nível mais baixo.

Epidural dada, entra o meu marido. Eram cerca de 9.30 da noite. Da minha cama via Coimbra iluminada pelas luzinhas da noite. As contracções começaram e foram aumentando de intensidade, ao mesmo tempo que diminuía o espaço entre a sua ocorrência. A um determinado momento, começaram a ser um pouco mais dolorosas e o anestesista decidiu aumentar o nível da epidural. Continuei a sentir tudo, mas com um nível mais baixo de dor. Os médicos e enfermeiros iam entrando, faziam os toques (alguns, sobretudo os primeiros, bastante dolorosos) e iam registando a evolução. Constataram que a evolução estava lenta e uma enfermeira apagou o aquecimento da box. Foi aqui que pensei “isto vai ser pela noite fora”. O tempo ia passando entre risadas com o papá e dois dedos de conversa com as enfermeiras que iam entrando. O papá apercebendo-se de que ia ser longa a noite, saiu por uns minutos para ligar à avó e às tias. Por esta altura, já eu tinha muita vontade de fazer força, indicação que dei a uma enfermeira que entrou na sala. Passado uns minutos a médica entrou e disse “8 dedos de dilatação!!!!”. O papá tinha acabado de entrar e juntou-se à estupefacção geral: em 30 minutos fiz a dilatação quase toda! A sala fica agitada e toda a gente começa a preparar os utensílios para o parto. Entretanto, voltam a ligar o aquecimento na box, o que me deu imensa vontade de rir e pensei “o piolho já vos pregou uma partida!”.

Por volta das 12.30 já estava tudo montado na sala de parto. Estavam presentes 1 enfermeira, 2 médicas obstetras e 1 médica pediatra. Comecei a fazer força, toda a força que conseguia enquanto a médica tentava identificar a posição da Teresa. Começou a complicar-se porque ela não descia. A médica tentava movimentar-lhe a cabeça, enquanto eu puxava, e ela voltava para trás. Foi então que a médica pediu a ventosa e a partir daqui o parto começou a ser doloroso visto que, apesar de ter a epidural, continuei ter sempre sensibilidade naquela zona. A médica puxava, eu puxava, um médico, que entretanto veio auxiliar, colocou-se em cima de mim para fazer pressão e a Teresa, que por esta altura já era apelidada de teimosa, voltava sempre a recuar. Entraram, então, os fórceps em acção e uns puxos depois nasceu a Teresa mais linda que conheci até hoje.

A minha menina nasceu à 1.25, no dia 7 de Outubro, com 3.570 kg, 50,5 cm e um índice de apgar de 8/10. Experimentei nesse momento a felicidade maior que alguma vez havia experienciado. Fiquei toda a noite a olhar para ela e a pensar no quão linda era aquela coisa pequenina que Deus tinha colocado nos meus braços.

Do parto fica a consciência de que não tive uma hora pequenina, mas que, com a ajuda preciosa da medicina, tudo correu bem. Ficou, igualmente, desmistificada a epidural: não fiquei com tensão baixa, pelo contrário, tive sempre a tensão a 12/7, senti sempre todo o corpo e as contracções, tive vontade de fazer força e fiz, muita!

Da estadia na maternidade ficam boas recordações: uma colega de quarto impecável e enfermeiras, auxiliares e médicos simpáticos e eficientes. Nunca tinha estado internada mas ouso dizer que os dias em que lá estive até se passaram bastante bem. Mas claro que sair de lá com o meu tesouro foi um sonho!

E agora cá estamos os 3 em casa, a desfrutar das alegrias de sermos papás mas, também, a enfrentar alguns receios e ansiedades de quem está na sua primeira viagem. Certos de que o caminho é longo e que não há viagem melhor que esta!

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